15.6.11

Da viagem para Buenos Aires e suas histórias.

Quando eu pensei em Buenos Aires para minha primeira viagem para fora do país, além da questão "custo", foi pela facilidade. É perto, o idioma é fácil de compreender, não precisa nem de passaporte para entrar no páis, enfim, tudo caminhava para uma viagem tranquila. Nada disso.

De ínicio, nosso voo de ida foi cancelado, e nós, que teríamos que embarcar no dia nove de junho, uma quinta-feira, só conseguimos viajar no sábado, dia onze. Foram praticamente dois dias rezando para não dar nenhum problema no sábado e nós não termos que cancelar ou replanejar uma viagem que tinha sido planejada durante dois meses. Chegou sábado, o voo saiu, mas não sem quase três horas de atraso. Mas não tinha problema, o importante era chegar em Buenos Aires.

Porém, além de chegar em Buenos Aires, teríamos que conseguir passar pela imigração para conseguir entrar no país. Normal, se não fosse por um detalhe. Foi a senhora da imigração colocar o número da minha identidade no computador para o sistema do negócio cair e consequentemente, nada de carimbo para mim. Esqueci os 12º que fazia na cidade e comecei a suar que nem um porco, imaginando como seria ser deportado e ver minha viagem acabar antes de começar. Confesso que minha reação foi um pouco exagerada. Vinte minutos de espera e eu pude ouvir o barulho do carimbo e finalmente chegar em Buenos Aires. Parecia que eu estava indo pro Japão tamanho a dificuldade.

Depois disso tudo foi festa. Andamos muito, compramos muito, rimos muito, conhecemos tudo o que tinha para conhecer. Cruzamos a cidade inteira, arrasamos no portunhol e não perdemos um minuto cequer. Comemos em todos o Mc Donalds da cidade, jantamos um dia no belíssimo Puerto Madero, tiramos fotos. Tudo o que um turista normal faz.

Até que acordamos segunda-feira, ligamos a TV do hotél e advinhem: os aeroportos estavam fechados mais uma vez. Puta que paril as cinzas do vulcão. Não nos deixamos abater, continuamos nossas desventuras pela cidade. Andamos DUAS horas para chegar no Caminito. Não me perguntem o que eu achei do lugar, por que eu estava tão cansado e tão de mau-humor que só o que eu queria era ir embora. E nós fomos andando mais uma vez. O lugar em si é super legal. O problema era chegar lá porque nós passamos pelas partes mais pobres da cidade. Mas valeu pelas fotos e pela história.

Terça-feira era o esperado dia da volta, não fosse pelo fato dos aeroportos continuarem fechados. Resolvemos arriscar e ir para o Ezeiza porque ouvíamos muita coisa diferente e não tinha mais dinheiro para hotél, então entre a rua e o aeroporto, escolhemos o segundo. Nosso voo era 12:10h, chegamos no Ezeiza pouco depois de dez horas da manhã e ele já tinha sido cancelado. A atendente da Gol pediu que voltássemos ao guichê meio-dia porque só nesse horário ela saberia se algum voo iria sair na terça-feira. Nos acomodamos no chão, próximos ao guichê certos de que passaríamos muito tempo ali.

Deu meio-dia e veio a confirmação de que nenhum voo saíria nem entraria em Buenos Aires naquele dia. Pronto! Bateu aquele desespero básico, nosso dinheiro estava acabando, nós não tínhamos mais para onde ir. Estávamos esperando por horas de angustia, fome e ansiedade. Porém, recebemos com surpresa a notícia de que a Gol iria nos acomodar em hotél no centro da cidade, com todas as refeições e traslado pagos. Nosso humor melhorou um pouquinho, principalmente quando chegamos no hotél: um quatro estrelas de frente para o Obelisco, ponto turístico da cidade. Só não pedimos a Deus para nosso ficar cancelado por mais uns dias porque precisávamos voltar para o Brasil logo.

Mas tudo deu certo, podemos curtir um pouco as mordomias e hoje os aeroportos foram reabertos para voos internacionais e conseguimos embarcar. Estava morrendo de saudade da minha casa. Hasta luego!

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